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Farmacêuticos são contra a exposição de medicamentos em gôndolas
Data de publicação: 31 de julho de 2012
Fotos: Jornal Umuarama Ilustrado
A maioria dos farmacêuticos de Umuarama não concorda com a resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que autoriza a venda de medicamentos isentos de receita médica em gôndolas de farmácias e drogarias. Para os profissionais, o potencial de consumo dos clientes levará à compra por impulso desses medicamentos, os quais também podem causar malefícios à saúde.
Para a farmacêutica Neide Junges, a decisão torna mais fácil o consumo individual de certos tipos de medicamentos, como o mais vendido nas farmácias: o Dorflex. "Não concordo. Será igual ao supermercado. As bancas de doces ficam numa altura de fácil acesso para as crianças, que podem pegar esses doces sem a orientação dos pais. A pessoa que vir na farmácia poderá pegar o medicamento sem a orientação do farmacêutico e fazer consumo indevido das drogas", informou.
Porém, a decisão do Ministério da Saúde e da Anvisa partiu de um estudo técnico que avaliou se a proibição da venda de medicamentos na prateleira contribuía para a automedicação. O trabalho mostrou que a decisão anterior, de proibir a venda nas gôndolas, não contribuiu para diminuir o problema e gerou outro impacto: a redução do poder de escolha do consumidor. "O estudo é muito consistente, e mostra que a regra anterior não reduziu a automedicação. Em alguns mercados teve a concentração de qual era a marca a ser vendida. Colocamos em consulta pública esse debate e ouvimos todos os argumentos. A decisão foi para dar mais direito ao cidadão", completou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Questionada a respeito do poder de escolha do cliente, Junges informou que não existe a pressão para a compra de determinado remédio. "Indicamos um remédio para o cliente, mas se ele questionar o valor tentamos buscar outro medicamento com um valor mais barato. Não obrigamos o consumidor a levar", ressaltou.
A farmacêutica Bruna Fonseca também discorda da resolução e a alerta para o perigo da exposição dos remédios. "A exposição desses medicamentos, mesmo sem a necessidade de receita, é muito perigoso para a população. A exposição induz a consumir sem necessidade e com o poder de compra elevado, fica fácil a automedicação", noticiou.
Nas farmácias visitadas pela reportagem, o novo sistema de venda ainda não foi adotado e os medicamentos continuam sendo vendidos no balcão.
Anvisa
Segundo a resolução da Anvisa, os remédios de venda livre devem ficar em área separada da de produtos como cosméticos e dietéticos e devem ser organizados por princípio ativo para permitir a fácil identificação pelos consumidores. "Entre os medicamentos que têm o mesmo princípio ativo, ele pode escolher pelo preço ou pelo que está mais acostumado a usar. A regra também estabelece que o mesmo tipo de medicamento deve ser agrupado entre si", explicou o ministro.
O texto também exige que, na área destinada aos remédios de venda livre, sejam fixados cartazes com a seguinte orientação: "Medicamentos podem causar efeitos indesejados. Evite a automedicação: informe-se com o farmacêutico."
Para Padilha, a decisão também permite que a Anvisa e as agências de vigilâncias estaduais se dediquem mais para coibir a prática de venda de medicamentos sem receita médica. "Os que mais devem ser fiscalizados são aqueles (remédios) que exigem receita", ressaltou.
Recurso
O Conselho Federal de Medicina (CFM) informou que pretende recorrer à Justiça para tentar reverter decisão da Anvisa. O CFM argumenta que todos os tipos de medicamento trazem algum risco, mesmo àqueles que são vendidos sem exigência de receita médica. Por isso, o conselho alerta para a necessidade de haver sempre uma orientação e prescrição para a venda.
Perigo!
Segundo a farmacêutica Neide Junges, o uso contínuo de medicamentos para aliviar a dor, resfriados e problemas digestivos podem mascarar uma patologia mais séria. A farmacêutica informou que tais drogas apenas aliviam as dores e não solucionam o problema. "A dor é o sinal de que algo não está normal. Ao tomar o medicamento para aliviar esse sinal o problema real pode agravar e causar danos ao paciente. Por isso é importante procurar um médico, quando sentir que alguma coisa está errada com o corpo", alertou.
Fonte: Umuarama Ilustrado
Para a farmacêutica Neide Junges, a decisão torna mais fácil o consumo individual de certos tipos de medicamentos, como o mais vendido nas farmácias: o Dorflex. "Não concordo. Será igual ao supermercado. As bancas de doces ficam numa altura de fácil acesso para as crianças, que podem pegar esses doces sem a orientação dos pais. A pessoa que vir na farmácia poderá pegar o medicamento sem a orientação do farmacêutico e fazer consumo indevido das drogas", informou.
Porém, a decisão do Ministério da Saúde e da Anvisa partiu de um estudo técnico que avaliou se a proibição da venda de medicamentos na prateleira contribuía para a automedicação. O trabalho mostrou que a decisão anterior, de proibir a venda nas gôndolas, não contribuiu para diminuir o problema e gerou outro impacto: a redução do poder de escolha do consumidor. "O estudo é muito consistente, e mostra que a regra anterior não reduziu a automedicação. Em alguns mercados teve a concentração de qual era a marca a ser vendida. Colocamos em consulta pública esse debate e ouvimos todos os argumentos. A decisão foi para dar mais direito ao cidadão", completou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Questionada a respeito do poder de escolha do cliente, Junges informou que não existe a pressão para a compra de determinado remédio. "Indicamos um remédio para o cliente, mas se ele questionar o valor tentamos buscar outro medicamento com um valor mais barato. Não obrigamos o consumidor a levar", ressaltou.
A farmacêutica Bruna Fonseca também discorda da resolução e a alerta para o perigo da exposição dos remédios. "A exposição desses medicamentos, mesmo sem a necessidade de receita, é muito perigoso para a população. A exposição induz a consumir sem necessidade e com o poder de compra elevado, fica fácil a automedicação", noticiou.
Nas farmácias visitadas pela reportagem, o novo sistema de venda ainda não foi adotado e os medicamentos continuam sendo vendidos no balcão.
Anvisa
Segundo a resolução da Anvisa, os remédios de venda livre devem ficar em área separada da de produtos como cosméticos e dietéticos e devem ser organizados por princípio ativo para permitir a fácil identificação pelos consumidores. "Entre os medicamentos que têm o mesmo princípio ativo, ele pode escolher pelo preço ou pelo que está mais acostumado a usar. A regra também estabelece que o mesmo tipo de medicamento deve ser agrupado entre si", explicou o ministro.
O texto também exige que, na área destinada aos remédios de venda livre, sejam fixados cartazes com a seguinte orientação: "Medicamentos podem causar efeitos indesejados. Evite a automedicação: informe-se com o farmacêutico."
Para Padilha, a decisão também permite que a Anvisa e as agências de vigilâncias estaduais se dediquem mais para coibir a prática de venda de medicamentos sem receita médica. "Os que mais devem ser fiscalizados são aqueles (remédios) que exigem receita", ressaltou.
Recurso
O Conselho Federal de Medicina (CFM) informou que pretende recorrer à Justiça para tentar reverter decisão da Anvisa. O CFM argumenta que todos os tipos de medicamento trazem algum risco, mesmo àqueles que são vendidos sem exigência de receita médica. Por isso, o conselho alerta para a necessidade de haver sempre uma orientação e prescrição para a venda.
Perigo!
Segundo a farmacêutica Neide Junges, o uso contínuo de medicamentos para aliviar a dor, resfriados e problemas digestivos podem mascarar uma patologia mais séria. A farmacêutica informou que tais drogas apenas aliviam as dores e não solucionam o problema. "A dor é o sinal de que algo não está normal. Ao tomar o medicamento para aliviar esse sinal o problema real pode agravar e causar danos ao paciente. Por isso é importante procurar um médico, quando sentir que alguma coisa está errada com o corpo", alertou.
Fonte: Umuarama Ilustrado
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