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De analgésicos a antidepressivos, remédios intoxicam mais que agrotóxicos


Fonte: Jornal de Beltrão
Data de publicação: 22 de abril de 2015
Créditos: Tiago Moreira

Tentativa de suicídio, acidentes individuais, uso terapêutico ou erro de administração. A automedicação ou o uso indevido de remédios intoxicou 138.376 pessoas no Brasil entre 2008 e 2012 (uma média de 27 mil ao ano), conforme revelam os dados mais recentes do Sinitox (Sistema Nacional de Informações Toxico Farmacológicas) do Instituto Fiocruz. Mortes causadas por medicamentos foram 365 no período, uma média de 73 ao ano.

O problema não é de hoje. Desde 1994, fármacos são os líderes do ranking de envenenamento humano no país, respondendo por 27% dos casos, à frente dos agrotóxicos e animais peçonhentos, segundo reportagem da Gazeta do Povo - a maioria (40% dos casos), segundo relatórios do Ministério da Saúde, é decorrente de tentativas de suicídio. Para piorar, uma pesquisa do Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico (ICTQ) feita em 12 capitais brasileiras apontou que 76,7% dos homens e 75,1% das mulheres tomam remédio sem prescrição médica ou farmacêutica.

"Intoxicações por automedicação representaram 874 casos dos 27.008 registros de intoxicações por medicamentos no Brasil em 2012, cerca de 3% do total", informa Jackson Rapkiewicz, farmacêutico e gerente do Centro de Informação sobre Medicamentos do Conselho Regional de Farmácia do Paraná.

Jovens, instruídos e de renda alta
Embora pareça contrassenso, maior instrução não garante conscientização, ao menos para a pesquisa. O perfil traçado pelo ICTQ mostra ainda que quanto maior a renda e a escolaridade, maior o autoconsumo. Conforme o estudo, 85% dos entrevistados que afirmam consumir remédio sem orientação profissional têm ensino superior e 90% ganham de R$ 6,7 mil a R$ 13 mil. A proporção também é maior entre os jovens: 90% dos entrevistados entre 16 a 24 anos se automedicam.
"A automedicação não deve ser vista como um problema quando realizada de forma apropriada. O que deve ser combatido é a autoprescrição, que é o uso por conta própria de medicamentos que precisam ser adquiridos com receita", relativizou o farmacêutico.

De Paracetamol a Fluoxetina
De Paracetamol a Fluoxetina, as classes terapêuticas mais consumidas no Brasil, de acordo com a pesquisa, são analgésicos (18%), anti-hipertensivos (15%), anticoncepcionais (7%), anti-inflamatórios e vitaminas (6% cada um) e remédios para colesterol e antidepressivos (5%).

Primeiros da lista, medicamentos como o Paracetamol são isentos de prescrição (sem tarja), portanto, não requerem receita médica na hora da comercialização. No entanto, são tão prejudiciais quanto os "tarja preta", e podem causar intoxicação aguda se ingeridos em altas dosagens. "Estes medicamentos são hepatotóxicos, isto é, atingem diretamente o fígado, podendo levar o órgão a um colapso em caso de dosagens excessivas", alerta a farmacêutica Vanessa Anghinoni, da Farmácia Municipal.

Quando o que se excede é o período do tratamento, o fármaco lesa o organismo aos poucos, ocasionando a intoxicação crônica. "Já houve casos de o paciente desenvolver uma úlcera utilizando anti-inflamatórios e, sem orientação, adicionar ao tratamento um remédio para o estômago, mascarando sintomas que podem levar a uma hemorragia gástrica", frisa Vanessa.

Uso racional, fracionamento de medicamentos e outras medidas
De acordo com o CRF do Estado, o Paraná se destaca do restante do país por apresentar legislação mais rigorosa para exposição dos medicamentos em farmácias. "Enquanto nos demais estados é permitido expor medicamentos isentos de prescrição em prateleiras de autoatendimento, no Paraná uma resolução da Secretaria de Estado da Saúde proíbe esta prática. Para adquirir mesmo os medicamentos de baixo risco, é necessário conversar com um farmacêutico que irá analisar possíveis contraindicações", afirma.

No que se refere a ações educativas, o Conselho Regional de Farmácia do Estado do Paraná tem trabalhado na conscientização da população em eventos como o que ocorre no dia 5 de maio, Dia do Uso Racional dos Medicamentos. Nesta data, são promovidas ações em conjunto com universidades em várias cidades do estado.

O uso racional dos medicamentos diz respeito à falta de acesso do paciente a medicamentos básicos, como para tratamento de diabetes e hipertensão, falta de acompanhamento do tratamento quando este acesso é facilitado, prescrição ou ingestão errônea ou em demasia de determinado fármaco.

Outra medida nesse sentido é o fracionamento dos remédios, isto é, a venda do medicamento em unidades individuais que possibilita ao profissional dispensar ao paciente apenas a quantidade necessária do medicamento.

No entanto, a prática, que é regulamentada pela Anvisa, mas não obrigatória, esbarra em custos de produção e implantação, nas farmácias, de infraestrutura, sistemas de controle e armazenamento para o fracionamento.

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