Um choro súbito, inexplicável e inconsolável, é característico de cólica. Este termo é referido a uma dor abdominal aguda e espasmódica (ou seja, com contrações).
Os estudos sobre cólica ocorrem à aproximadamente cinqüenta anos, contudo, a sua etiologia segue pouco esclarecida. Os primeiros estudiosos sugeriram alguns fatores que podem ser os responsáveis pelas manifestações. Trato gastrointestinal imaturo, hipertonicidade congênita, tensão dos pais, fatores ambientais, alergias e ingestão de ar durante a amamentação, são apontadas como algumas das possibilidades. Trata-se de um fenômeno muito freqüente nos primeiros três meses de vida, que é a fase de adaptação do trato digestivo do bebê ao meio extrauterino, por vezes podendo persistir por um período mais prolongado.
O diagnóstico é clínico, de exclusão, não se apoiando em exames laboratoriais. Um critério aceito desde 1954, desenvolvido por Wessel e colaboradores, auxilia nessa definição. Chamada de regra de três, consiste na percepção de irritabilidade, em bebê saudável e bem alimentado, choro intermitente por mais de três horas por dia, por no mínimo três vezes na semana e desaparecendo aproximadamente aos três meses de vida.
Relatos de casos apontam as práticas mais comuns realizadas pelos pais a fim de aliviar este sintoma. Destes, 43% ofereceram chás, 36% utilizaram medicamentos e 21% realizaram práticas manuais como, calor local e massagem.
Esta é uma condição transitória, mas que gera grande apreensão principalmente aos pais de primeira viagem, devido às dificuldades em acalmar o choro. Profissionais de saúde podem prestar esclarecimentos e fornecer orientações que facilitem o dia a dia e o convívio com essa indisposição passageira. Pais tranqüilos conseguem transmitir uma energia também tranqüila ao bebê, o que facilita no seu relaxamento, ampliando a qualidade de vida da nova família.
Mariana Kist Pompermaier (Farmacêutica – CRF/PR: 24332)