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Droga '10 mil vezes mais potente que morfina' causa apreensão no Canadá


Data de publicação: 17 de março de 2016

Poucas décadas atrás, um professor da Universidade de Alberta, no Canadá, estava tentando desenvolver um analgésico que acabasse com todos os tipos de dor, até as mais agudas, em apenas um comprimido.

Em 1981 este professor, Ed Knaus, conseguiu seu objetivo: sintetizou um opiáceo que batizou de W-18.

Knaus tinha conseguido criar uma substância analgésica apontada como sendo 10 mil vezes mais potente que a morfina. No entanto, o invento não foi o sucesso que ele esperava.

"Nossa intenção era criar um analgésico milagroso mas, depois dos primeiros testes, o descartamos porque percebemos que ele tinha potencial de se tornar viciante", afirmou Knaus.

Durante anos, a droga, que nunca tinha sido testada em humanos de forma documentada, ficou arquivada, tida como um projeto fracassado e aparentemente sob controle.

No entanto, no fim de janeiro de 2016 a polícia de Calgary, no Canadá, divulgou uma informação alarmante: em 2015 eles fizeram apreensões da droga W-18 nas ruas.

Segundo o porta-voz da polícia de Calgary, sargento Jason Walker, foram poucos comprimidos, mas o suficiente para levar a polícia a pensar que se tratava de uma moda nova - e muito perigosa.

"É preocupante o fato de este comprimido estar nas ruas, porque no ano passado tivemos vários casos de morte por overdose causada por outro opiáceo, o fentanil, que, de alguma forma está relacionado", disse à BBC Mundo o coordenador da equipe antinarcóticos da polícia de Calgary, Martin Schiavetta.

"Enviamos para análise vários comprimidos encontrados depois dessa primeira apreensão e estamos esperando os resultados", acrescentou.

Da China

Devido a seu efeito poderoso - 10 mil vezes mais forte que o da morfina -, a W-18 nunca foi comercializada ou produzida de maneira legal por indústrias farmacêuticas.
"A maioria dos comprimidos (ilegais) veio da China. E o problema tem a ver com a disponibilidade e acessibilidade. Estamos com um comprimido 10 mil vezes mais poderoso que a morfina, mas os traficantes de drogas nas ruas não sabem o que estão vendendo", disse Schiavetta.

A blitz na qual a polícia apreendeu os comprimidos ocorreu em agosto de 2015. Depois da operação, as autoridades canadenses enviaram amostras para análise no laboratório de criminalística e a maioria era de comprimidos de fentanil, um outro opiáceo que se popularizou no Canadá.

E foi nesta análise que veio a surpresa. Quatro meses depois os policiais receberam a notícia: em meio ao lote apreendido de fentanil, havia três comprimidos da W-18.

"Nunca foi testado em humanos de forma documentada, mas se pode dizer que os efeitos são parecidos com os de outros opiáceos potentes, como sono profundo, euforia, coceira e hiperventilação que pode levar à morte", afirmou Schiavetta à BBC Mundo.
No entanto, apesar de seus efeitos devastadores, a W-18 ainda não está na lista de substâncias proibidas pelo governo do Canadá, mas o departamento de saúde do país, o Health Canada, já pediu sua inclusão imediata.

A crise dos opiáceos já havia disparado com o fentanil, que é cem vezes mais poderoso que a morfina e já havia sido considerado a "droga do verão" pela polícia de Calgary, depois da apreensão de 21 mil comprimidos durante os primeiros dez meses de 2015.

Mas, de acordo com informações da imprensa canadense, uma das possíveis causas da aparição da W-18 foi justamente a alta taxa de mortalidade relacionada ao fentanil. Com isso, a demanda pelo fentanil caiu e a busca por outras drogas aumentou.
Mortes por overdose.

O temor do Canadá diante da aparição de uma nova e mais poderosa droga é justificado: o país é o que registra o maior número de receitas médicas para opiáceos em todo o mundo, de acordo com um relatório publicado na província de Ontario, região central do país.

Outros estudos colocam o país no mesmo patamar que os Estados Unidos em número de receitas médicas emitidas per capita, afirmou a acadêmica Tara Gomes, epidemiologista do hospital St. Michael's de Toronto, em uma pesquisa de 2014.

Um relatório estatístico feito entre 2009 e 2014 estabeleceu que pelo menos 655 pessoas morreram no Canadá devido ao consumo do fentanil, sem contar outros opiáceos.

Nos últimos 16 anos, apenas na província de Ontario houve pelo menos 5 mil mortes por overdose com alguma droga receitada.

Os números mais recentes indicam que a tendência quase duplicou em um período de cinco anos.

Para as autoridades canadenses a crise nacional de opiáceos e outras drogas ilegais poderia estar prestes a dar um novo salto, impulsionado pela substância criada pelo professor Knaus há mais de três décadas.

Fonte: G1

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