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10% das gestantes americanas usam medicamentos psicotrópicos
Fonte: UOL
Data de publicação: 29 de setembro de 2014
Ao contrário do que muitos podem ingenuamente imaginar os transtornos psiquiátricos são igualmente comuns durante a gravidez. E muitos destes problemas são tratados com medicamentos psicotrópicos. Admite-se que ao longo das últimas décadas, os padrões de consumo destes medicamentos durante a gravidez tenham mudado radicalmente. Um estudo canadense avaliou o uso de diferentes tipos de medicamentos psicotrópicos, tais como antidepressivos, antipsicóticos, ansiolíticos e psicoestimulantes durante os 3 trimestres da gravidez. As informações forma obtidas de um grande banco de dados que cobre uma população de 70 milhões de pessoas e contém dados clínicos pessoais e informações detalhadas sobre prescrições médicas, internações e atendimentos ambulatoriais para todos os usuários de planos de saúde e de seus dependentes. Foram incluídas mais de 343.000 mulheres que deram a luz entre 2006 e 2011, das quais 10,3% foram medicadas com um ou mais medicamentos psicotrópicos durante a gravidez.
A taxa de utilização de medicamentos psicotrópicos não variou muito entre 2006 e 2011 e os medicamentos psicotrópicos mais usados foram os inibidores seletivos da recaptação da serotonina (5,1%) e benzodiazepínicos (3,9%). Entre as gestantes usuárias de psicotrópicos, o diagnóstico psiquiátrico mais comumente associado foi depressão (25,0%), seguido de transtornos de ansiedade (24,4%). Cerca de 1,6% das mulheres usaram mais de 1 remédio ao mesmo tempo. O uso deste tipo de medicação pode assustar muitas gestantes e seus parceiros, mas a questão não é simples. Gestantes com problemas emocionais podem adotar comportamentos de risco na gestação e apresentam, também, maior risco de complicações obstétricas, tais como parto prematuro, baixo peso ao nascer e depressão puerperal, que pode prejudicar os cuidados do bebê, justamente, nos primeiros meses de vida. Por outro lado, existem evidências, ainda que conflitantes, da associação entre uso de determinadas drogas e malformações fetais cardíacas e pulmonares. Claro, que isso varia segundo a medicação, a dosagem empregada e a época de administração na gestação. De modo geral, para citar o exemplo da depressão, a recomendação é avaliar cada caso individualmente, reservando o tratamento medicamentoso para os casos mais sintomáticos e aqueles que não melhoraram com psicoterapia.
O consumo de drogas psicotrópicas na gravidez é cercado de tabus e desinformação, o que interfere no trabalho do médico e prejudica as próprias mulheres. A pesquisa tem o mérito de revelar que o problema, de fato, existe e que só com novas pesquisas saberemos qual é a melhor opção. Para a mamãe e seu querido filhinho.
Fonte: UOL
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