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Arte, Literatura e Farmácia: uma reflexão da relação do homem com o medicamento


Fonte: Assessoria de Comunicação / CRF-PR
Data de publicação: 5 de novembro de 2019

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Essa inusitada combinação resultou na exposição Pharmacos do Desassossego, uma união entre a ciência e cultura

Essa mistura improvável e inusitada é o resultado da pesquisa de um farmacêutico e uma artista visual. Através de uma exposição interativa, eles lançaram ao público uma provocação acerca da relação dos medicamentos que ingerimos e a água que consumimos. A inquietação inicial veio dela, Ana Bellenzier, uma artista que explora os limites e as relações entre arte, ciência e tecnologia. Após o diagnóstico de uma disfunção na tireoide, veio a tentativa de alguns tratamentos medicamentosos sem muito sucesso. Associada às consequências dessa patologia, veio a depressão.

Segundo Ana, o que a intrigou, nesse período, foi a reação das pessoas em sua volta, que passaram a oferecer medicamentos à sua tristeza. “Já experimentou esse medicamento? E esse? Tomo um medicamento que vai ser muito bom para você. As pessoas me apresentavam soluções nos medicamentos com muita facilidade. E o pior: todos tarjados e alguns até controlados”, conta. “Então, vieram os questionamentos: para onde vão as consequências desse consumo exagerado? Como devolvemos isso para a natureza?”, questionou Ana.

A partir de então, a exposição artística “Pharmacos do Desassossego” começou a ganhar vida e forma. Uma maneira de identificar o grande uso dos medicamentos seria através da água, em decorrência do descarte incorreto de medicamentos ou do esgoto. Será que a água de Curitiba possui traços de psicotrópicos e analgésicos de uso comum? Para isso, a artista recorreu a ajuda de um amigo: o farmacêutico André Dedeck. Unindo à arte sua ciência, Dr. André analisou a presença de Flurazepam, Amtriptilina, Bromazepam, Captopril, Carbamazepina, Clonazepam, Diazepam, Diclofenaco, Fenitoína, Haloperodol, Parecetamol, Fluexetina e Cafeína na água da torneira da capital paranaense.

As coletas das amostras de água contaram com a colaboração da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba e foram realizadas obedecendo a mesma rota utilizada pela Secretaria para o controle da qualidade do município. Foram monitoradas 4 grandes regiões da cidade e coletadas 10 amostras de cada, totalizando 40 análises. O Laboratório Central do Paraná (LACEN-PR), local onde Dr. André trabalha, foi muito receptível ao projeto e ofereceu sua estrutura física e equipamentos para a etapa laboratorial.

Elaborada desde 2015, somente em agosto de 2019 chegou ao público a exposição artística, resultado de um projeto artístico/científico, que levantou questões acerca do uso de fármacos - psicotrópicos e analgésicos - medicamentos empregados no tratamento da dor física e das perturbações psíquicas na atualidade. O projeto foi realizado com o apoio do Programa de Apoio e Incentivo à Cultura da Fundação Cultural de Curitiba e da Prefeitura Municipal de Curitiba.

A artista visual contou que todas as fases do experimento científico proposto foram documentadas gerando um material que recebeu um tratamento poético. As conclusões do trabalho serviram como base para uma reflexão que inclui elementos do Livro do Desassossego, do poeta português Fernando Pessoa, em que fragmentos da vida de um personagem revelam a instabilidade da experiência humana.

“O principal objetivo foi promover uma reflexão acerca da disseminação e banalização destes medicamentos. Além de possibilitar uma troca entre a ciência e a arte ampliando, poética e imaginativamente, os horizontes do conhecimento científico”, definiu Ana.

A exposição

A proposta foi dividida em três momentos: a poética/literária que, em um ambiente intimista, o público interagia com marcações coloridas feitas no livro, e em seguida recebia uma bula e uma cápsula (comestível) correspondentes à cor escolhida. A bula continha trechos do livro com informações relacionadas ao ânimo/estado de espírito conforme a escolha.

No segundo momento – o social, o público assistia a cenas de um vídeo que mostrou as fases da pesquisa realizada nas amostras de água, com imagens das análises realizadas no LACEN-PR. Ao mesmo tempo, era reproduzido depoimentos de pessoas que fazem ou fizeram o uso de medicamentos psicotrópicos. Tudo isso projetado em uma cortina de vapor d’água.

E por fim, em uma terceira sala, a conclusão (ambiental). Através de pequenas amostras que simbolizavam os principais rios do mundo, o público se depara com a realidade. A legenda de cada amostra mostrava, pelo menos, três compostos químicos encontrados nos rios de todos os continentes, entre os principais: psicotrópicos, analgésicos, cafeína e hormônios.

Segundo Dr. André, as consequências do consumo da água que bebemos com a garantia de potabilidade, são pouco estudadas. “Essa foi a provocação dessa exposição que uniu arte e ciência, já que os estudos e órgãos reguladores não são conclusivos. Cabe a nós a reflexão de um consumo consciente dos medicamentos”, finalizou. O estudo do Dr. André identificou a Cafeína em concentração considerável em todas as amostras. Essa substância é indicativa de que a água está sofrendo contaminação por esgoto e, como a molécula da Cafeína é relativamente semelhante em tamanho de diversos fármacos, ela é utilizada nas pesquisas que tratam da contaminação da água a nível molecular para mapear as regiões que podem estar sofrendo deste tipo de contaminação.

Participaram ainda do projeto/exposição: Dra. Maíra Reis - farmacêutica consultora, André Pasdiora - coleta das amostras, Eduarda Telechi e Fernando José – assistência e monitoria, e a equipe de montagem, Cristian Teles e Fernanda Stancik.

   

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